Não faltam motivos para se acreditar que a máxima “você é o que você come” seja verdade. Afinal, apesar de existir uma certa taxa de desperdício, o que comemos é digerido e absorvido pelo corpo, sendo utilizado para as mais diversas funções.
As proteínas e gorduras, componentes estruturais de todas as células, são necessárias para a formação de inúmeros hormônios. Os carboidratos que ingerimos, por sua vez, são quebrados em sua menor molécula, a glicose, que é transportada para o interior das células e utilizada como combustível. Também precisamos de vitaminas e minerais, pois eles costumam fazer parte de estruturas corporais ou são necessários para que algumas reações químicas aconteçam no nosso organismo.
E como funciona no sangue?
O sistema hematológico não é diferente do resto do corpo humano. Ele também é composto por células que são feitas de proteínas e lipídios, utiliza glicose como combustível e precisa de vitaminas e minerais para funcionar corretamente.
Os principais ingredientes para um bom funcionamento do sistema hematológico são o ferro, a vitamina B12 e o ácido fólico.
O ferro é o componente central do grupo heme, onde se ligam as cadeias proteicas para formar a hemoglobina, o pigmento presente nas hemácias e que é responsável por levar oxigênio a todo o corpo. E é no Ferro que o O2 “se liga” para a realização desse transporte. Por isso, quando ingerimos quantidade insuficiente desse elemento, podemos perceber os sintomas da falta de oxigenação no sangue: cansaço, dores no corpo e, em casos mais graves, a sensação de falta de ar.
Feijão em panela de ferro
Crescemos ouvindo nossas avós falando que é preciso comer ferro. Algumas vezes nos diziam que é preciso colocar um prego para cozinhar junto ao feijão, ou que o feijão tem que ser feito em panela de ferro para que “o sangue não fique fraco”. Nossas avós estavam certas em dizer que o ferro é essencial para uma boa produção de sangue mas as pesquisas indicam que essas técnicas de cozimento não aumentam a quantidade do elemento que é absorvida pelo sistema gastrointestinal, infelizmente. O melhor meio de ter um consumo adequado de ferro é através da ingestão de folhas verde escuras, carnes vermelhas, cereais, frutas secas e nozes ou amêndoas.
A vitamina B12 e o ácido fólico, por outro lado, atuam sobre as reações que levam a formação do DNA dentro das células. Antes de se dividirem, as células precisam duplicar todas suas estruturas, o que inclui o material genético. O ácido fólico e a vitamina B12 participam desse processo por mecanismos relacionados, diminuindo a replicação celular e, consequentemente, a quantidade de células necessárias para um bom funcionamento do sistema hematológico. Uma vez que afetam a replicação do DNA, a deficiência dessas vitaminas também está associada a sintomas fora do sistema hematológico, como manifestações neurológicas e gastrointestinais.
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Encontramos a vitamina B12 quase exclusivamente em alimentos de origem animal, como carnes e derivados do leite, o que torna comum uma deficiência da mesma em pessoas que seguem uma dieta vegana restrita. Já o ácido fólico é encontrado com maior frequência em alimentos de origem vegetal, como vegetais escuros, brócolis, quiabo, ervilhas e feijões, entre outros. Hoje em dia, também é comum encontrar farinhas são enriquecidas com ácido fólico, o que favorece uma ingesta adequada.